Suzuki Grand Vitara chega para disputar um segmento em ebulição



Principalmente por conta de seus jipinhos, a Suzuki fez fama no Brasil no começo dos anos 1990. Apesar do bom desempenho de vendas do hatch Swift, a marca japonesa ficou conhecida mesmo pelos 4x4. Na época, o Samurai e o Vitara tornaram-se queridinhos do público brasileiro. Mas o tempo passou e o Samurai deu lugar ao Jimny (que nunca brilhou), enquanto o Vitara cedeu seu espaço para o Grand Vitara. E a Suzuki, então tendo como acionista majoritário o grupo GM, nunca mais foi a mesma. A empresa perdeu participação de mercado e, em 2003, abandonou o país. O tiro de misericórdia foi a chegada do Tracker, um “clone” do Grand Vitara fabricado na Argentina ao lado do Suzuki, mas vendido na enorme rede Chevrolet.

Hoje a GM não tem mais ações da Suzuki. E o Grand Vitara que vai voltar ao Brasil em setembro não é mais irmão do Tracker. Está uma geração à frente. Ele ostenta uma estrutura monobloco com chassi integrado, além de vestir uma roupagem das mais bonitas da categoria. A suspensão é independente nas quatro rodas, com estrutura MacPherson na dianteira e multilink na traseira. Mas seu motor é um anêmico V6 de 2.7 litros derivado do 2.5 do antigo Grand Vitara, com 185 cv 25,4 kgfm de torque a 4.500 rpm – na Austrália o modelo acaba de estrear um novo 3.2 V6 de 224 cv. Essa força é transferida às rodas traseiras (ou para as quatro) por uma transmissão automática de cinco marchas.

A Suzuki oferece dois sistemas de tração integral. Todos os modelos vêm com controle de estabilidade, e o pacote topo-de-linha conta com tração 4x4 full-time. Os jipeiros vão querer a tração full-time com bloqueio do diferencial central, diferencial traseiro de deslizamento limitado e reduzida, pacote vendido como opcional nos EUA. Você pode ir bem longe com esse Vitara no fora-de-estrada, principalmente se comparado aos demais utilitários da classe. A transmissão manual de cinco velocidades só é oferecida com tração 4x2 (traseira) ou nas versões mais básicas do 4x4 full-time. Resta saber as versões que serão vendidas no Brasil.

Apesar das boas habilidades no off-road, o visual é mais topa-tudo do que o próprio carro. O bonito interior complementa o desenho externo, mas o acabamento sofre com plásticos rígidos e imitações não convincentes de madeira - no modelo avaliado. O trilho sinuoso do câmbio automático desanima o engate manual das marchas. E quando o ruído de vento é baixo, o Grand Vitara deixa entrar na cabine o barulho de rodagem e de seu motor lento e antiquado. A dirigibilidade no asfalto é justa, embora a direção seja um tanto vaga. Já o câmbio às vezes escolhe momentos errados para subir ou reduzir as marchas em trechos íngremes.

O Grand Vitara chega para disputar um segmento em ebulição, que acaba de ser agitado pela chegada dos novos Chevrolet Captiva e Nissan Xtrail. Além deles, há também o campeão de vendas Hyundai Tucson, o Kia Sportage, o Toyota RAV4 e o Honda CR-V. Mas o Suzuki tem boas armas para ser, no mínimo, um bom competidor nesse mercado.

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