Novo Uirapuru - o retorno de um mito V6 ou V8



O saudosismo está na moda. Primeiro foi o Mustang, que voltou com a silhueta clássica dos anos 60. Logo depois, o Challenger Concept trouxe de volta a magia dos musculosos carros da Mopar. Por fim, o Camaro, que promete reviver a briga dos pony cars, entre outros exemplos que já mostramos a vocês.

Por aqui, a nostalgia também está em alta. O carro escolhido foi um projeto da década de 60. O Uirapuru, também chamado de Brasinca 4200 GT, nasceu das mãos de um espanhol radicado no Brasil. Rigoberto Soler juntou boas idéias, um possante motor de seis cilindros e criou um esportivo de dar inveja aos concorrentes da época.

O sonho durou pouco, mas agora ele está de volta. Tudo começou no ano passado, quando recebemos um e-mail do designer André Soler – que não tem parentesco com o espanhol – perguntando se havia interesse em escrever um artigo sobre o novo Uirapuru.

Aceitamos de pronto a responsabilidade e a idéia nos pareceu excepcional. Então, a partir de agora, você vai conhecer o projeto, o talento brasileiro e a promessa de que o bólido pois ele merece essa designação ocupe um lugar de destaque em toda a imprensa automotiva mundial.

A idéia de construir um novo Uirapuru surgiu lá pelos idos de 2004, quando o André ainda estava na faculdade, e teve o apoio de outros profissionais, como o Carlos Carvalho hoje na Óbvio! e o pessoal do Instituto Nacional de Tecnologia (INT).

Pouco tempo depois, a GT Racecars, situada em Campinas, se associou e criou duas equipes distintas para a tarefa: uma de engenharia, comandada por Jaime Gulinelli, e outra de design, tendo à frente o André Soler. Ambas são formadas por profissionais dispostos a dedicar muitas horas – e suor – ao trabalho. O projeto, atualmente, está sendo negociado entre os brasileiros e investidores estrangeiros.

Uma olhada no desenho do painel mostra que o carro não deve nada aos grandes esportivos europeus ou norte-americanos. O interior para dois ocupantes veste o motorista, aliado a uma confortável posição de dirigir. O desenho nasceu no computador e tomou forma através de mãos habilidosas, que moldaram uma escala 1:4 em argila.

O chassi, de aço tubular, combina leveza e segurança em uma estrutura complexa. A equipe já estuda a possibilidade, em um futuro próximo, da utilização do alumínio como matéria-prima, assim como os carros da inglesa Lotus.

A carroceria também é um dos fatores bem trabalhados pela equipe. Construída em fibra de carbono, foi projetada com a ajuda de um software, de modo que a aerodinâmica e a performance ficassem em primeiro plano.

Um desenho atraente pede motores à altura, certo? Por isso, o esportivo poderá ser equipado com três propulsores feitos de alumínio, de acordo com o estilo do futuro proprietário: seis, oito ou dez cilindros. O primeiro é da GM e os outros dois da Judd, que marca presença em vários carros de corrida ao redor do mundo. Acredito que o leitor já deve estar interessado nos detalhes a esta hora. Vamos a eles.

A primeira opção é um V6, de 3.564 cm³, 190 cv de potência e um torque de 34 kgm. Essa será a versão Cruiser, escolhida por aqueles que quiserem combinar um estilo agressivo com conforto de sobra. Para isso, será auxiliado por um câmbio automático de quatro velocidades.

Já se você é um daqueles que gostam de aliar um belo desenho de carroceria com um pouco mais de potência, pode escolher a versão Sport, equipada com um motor V8, com 3.397 cm³ e mais de 400 cv. Pra fechar o pacote, um câmbio seqüencial de seis marchas.

Depois de ler esse parágrafo, você vai entender porque a última versão – Super Sport – recebeu esse nome. O motor V10 – com 4.997 cm³ e pesando apenas 135 kg – desenvolve mais de 500 cv brutos de pura diversão. O torque também é digno de superesportivos: 45 kgm.

Os freios não foram esquecidos em nenhuma das versões. O projeto prevê a utilização de discos de 355 mm na dianteira e 325 mm na traseira. Para segurar o “pássaro” nas curvas, rodas de dezoito polegadas calçadas com pneus 255/40 (frente) e 285/40 (atrás).

Ficou animado para comprar o seu? Saiba que a empresa está otimista e espera vê-lo brevemente nas ruas. A idéia é produzi-lo em pequena escala – como todo puro-sangue que se preze – e comercializá-lo no Brasil e exterior. Vinte carros deverão sair da fábrica de Campinas por ano.

Tecnologia, qualidade e um antecessor de renome. O Uirapuru, sem dúvida nenhuma, já renasceu com pedigree esportivo. Ele mostra que os bons projetos ainda servem de inspiração para as novas gerações de projetistas. Vamos esperar pra ver.

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